Ofereceram-me este vídeo. Nesta passagem de ano, gostava de o partilhar convosco.
Poesia... Fotografia ... Emoções... Pedaços de mim e dos que amo...
Para ti amiga,
sempre!!!
Maria Matos
30.12.1947 /07.12.2007
Minhas Metades
Que a força deste meu medo
não me impeça de ver
O que desejo.
Que a morte de tudo que amei
não me tape nem ouvidos,
nem boca.
Pois metade de mim
é o meu grito,
a outra metade
é o silêncio.
Que oiça sempre ao longe
uma canção linda, mesmo que triste.
Que todos os que amo
sejam sempre amados
embora já me tenham
dito adeus.
Pois metade de mim
é partida,
mas a outra metade
é saudade.
Que todas as palavras que falo
não sejam ouvidas
como obrigação,
apenas respeitadas
como a única coisa que me resta.
Pois metade de mim é o que escuto,
mas a outra metade
é o que calo.
Que a minha vontade
e ir embora
se transforme na paz que mereço.
Que todo o sofrimento
que me come as entranhas
seja um dia recompensado.
Pois metade de mim é o que penso
mas a outra
é um vulcão.
Que a solidão se afaste,
no convívio comigo mesma
e se torne suportável.
Que o espelho reflicta
no meu rosto
o doce sorriso que lembro
de ter dado um dia.
Pois metade de mim
é a lembrança do que fui,
A outra metade
eu não sei...
Que não seja preciso
mais do que um pouco de alegria
para acalmar meu espírito.
E que o silêncio me fale
cada vez mais.
Pois metade de mim
é um abrigo
mas a outra metade
é cansaço.
Que a arte de um poeta
me dê uma resposta
mesmo que não a saiba.
Pois sou plateia
mas também canção
nesta loucura desenfreada.
Porque metade de mim
é amor
e a outra metade...
também!
Ce poème provient du recueil intitulé " Poésie et vérité - 1942
Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.
Tearful that day,
on which will rise from ashes
guilty man for judgment.
So have mercy, O God, on this person.
Compassionate Lord Jesus,
grant them rest. Amen.
Día de lagrimas aquel día,
en el que resurjan de las cenizas.
los culpables para ser juzgados.
Ten piedad de ellos, Señor.
Compasivo Señor Jesús,
concédeles el descanso eterno. Amén
Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússola e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo
Criaram teu poema arquitectura
E és semelhante a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidasSophia de Mello Breyner Andresen - Livro Sexto - 1962
(Fernando Pessoa - Inéditas 1919-1935)
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos de ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai, meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva
Há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade(Chuva - Jorge Fernando/ Cantado por Mariza)
Lindo! Tenho de agradecer, a uma amiga, que me deu a conhecer, no seu Blog, este magnífico vídeo. Não resisti a ir procurá-lo, ao You Tube, e trazê-lo aqui.
Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.