domingo, 30 de setembro de 2007

Sossega..


Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme.
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
(Fernando Pessoa - Sossega coração)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Adeus ao Grande, ao Incomparável e Inesquecível MIMO







Marcel Marceau
22 de Março de 1923
22 de Setembro de 2007

domingo, 23 de setembro de 2007

Interioridades



Fantasma sem lugar,
que a minha mente
Figura no visível,
sombras minhas
Do diálogo comigo







(Fernando Pessoa in O Mistério do Mundo)

sábado, 22 de setembro de 2007

Deve chamar-se tristeza...

"Deve CHAMAR-SE tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.

Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a ter.

Seja o que fôr, é o que tenho.
Tudo o mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó."





(Fernando Pessoa- Poesias Coligidas/Inéditas)

Abismo



"O ABISMO é o muro que tenho

Ser eu não tem tamanho"







(Fernando Pessoa- Poesias Coligidas/Inéditas)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tardia, mas justa homenagem, a Aquilino Ribeiro












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"A bolota taluda ficara ali muito quieta, muito bem refastelada em virtude do próprio peso, enterrada que nem pelouro de batalha depois de passarem carros e carretas. Que fazer senão deitar-se a dormir?! Dormiu uma hora ou uma vida inteira, quem sabe?! Um laparoto veio lá de cascos de rolha, rapou a terra, fez um toural, aliviou-se, e ela ficou por baixo, sufocada sem poder respirar, em plena escuridão. Estava no fim do fim?
Um belisco, e do seu flanco saiu como uma flecha. Era de luz ou de vida? Era uma fonte ou antes um cântico de ave, de água corrente, de vagem a estalar com o sol (... )? Era tudo isto, encarnado no fogo incomburente que lhe lavrava no flanco, verbo que acabou por irradiar do próprio mistério do seu ser.

Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. "


A Casa Grande de Romarigães (excerto) - Fonte: Instituto Camões

"Alcança quem não cansa"

Para quando Aquilino no programa das Escolas??????

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Os DEUSES são felizes...

Os DEUSES são felizes.
Vivem a vida calma das raízes.
Seus desejos o Fado não oprime.
Ou, oprimindo, redime
Com a vida imortal.
Não há
Sombras ou outros que os contristem.
E, além disto, não existem...


Poema de Fernando Pessoa (Inéditas 1919-1935)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Do lado do Verão

Vinha do sul ou de um verso de Homero.

Como dormir, depois de ter ouvido

o mar o mar o mar na sua boca?


(Poema de Eugénio de Andrade in O Outro Nome da Terra)

sábado, 15 de setembro de 2007

Por aqui andei...






Deambulações de uma gaivota por Portimão,


passando pela Rocha, Ferragudo, Lagos, Monchique, Carvoeiro,


Monte dos Clérigos, Arrifana e... regresso à base.

sábado, 8 de setembro de 2007

Toccata and Fugue in D minor

Magnífico!!!

Pincelada de branco


No dia em que tive a notícia da morte de Pavarotti, fui até à beira do Tejo ( o que acontece quando me sinto triste).
Andava pensando como tenho perdido aqueles que amo ou admiro e como, a pouco e pouco, vão desaparecendo as minhas raízes, as minhas referências ... Como vou ficando, cada vez mais só...
De repente, nas águas revoltas do rio, esta pincelada de branco!!!
Ah! Como a Natureza nos pode "lavar" a alma!

Um Adeus


Luciano Pavarotti (1935-2007)
Ficará para sempre na nossa memória!
Até sempre Luciano!

Ave Maria cantata da Bono e Pavarotti by U2Place.com

Pavarotti - Nessun Dorma

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Maré-Vida











Quando o teu corpo

onda ternura

nas margens do meu corpo

explode

em maré - Vida

Pára o tempo

Rásga o espaço

mergulho

no Infinito

toda inteira

nesse abraço

(meu amor)



... ou navegar novos sonhos...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007


... e, mais uma vez, o mar a apontar novos horizontes...

Tocando em Frente- Almir Sater

Pela longa estrada eu vou, estrada eu sou...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2007

sábado, 1 de setembro de 2007

Ana Moura . Os Búzios . ao vivo

vê como os búzios cairam virados para norte...